segunda-feira, 1 de maio de 2023

Bilbao, 12 de abril de 2023 - Parte II

Seguimos a caminhada de reconhecimento, junto ao rio, ziguezagueando pelas pontes, umas antigas, umas mais recentes. Encontramos o primeiro edifício monumental: A Universidade de Deusto, fundada em 1886, devido a uma petição levada a cabo pela classe média local. Uma obra da responsabilidade da Congregação Católica da Companhia de Jesus.

Enquanto caminhamos junto ao rio, apreciamos a qualidade do urbanismo e da arquitetura da cidade. O uso da pedra, da madeira e da cerâmica nas fachadas. A combinação entre o antigo e o contemporâneo. Mas o que se destaca, de longe, comparativamente a Portugal, é o tratamento do espaço público. A função e a estética fundem-se de forma simbiótica. As barreiras arquitetónicas são quase nulas, razão pela qual vemos uma quantidade significativa de pessoas com mobilidade condicionada a circular pela cidade. Entre os turistas que passeiam, e os locais que passeiam ou fazem o seu exercício diário, circulam pessoas em cadeiras de rodas (nem todas elétricas) sem qualquer problema. A importância do desenho urbano na qualidade de vida das pessoas. Uns falam, falam e não fazem nada. Por aqui, faz-se, faz-se. E faz-se tanto. Paralelamente à frente ribeirinha, circula o elétrico para trás e para a frente, discreto, inserido numa longa faixa ajardinada, com um impacto mínimo na paisagem urbana.
Eis que chegamos junto do Museu Guggenheim Bilbao, implantado junto ao rio, numa zona portuária e industrial que tinha entrado em processo de decadência na década de 1980. Este projeto resulta de uma parceria entre o governo espanhol, a autarquia local e o Museu Guggenheim de Nova York. Associa-se assim a vontade de requalificar toda esta frente ribeirinha com a vontade da Fundação Solomon R. Guggenheim, localizada em Nova York, de se expandir para a Europa. Para a elaboração do projeto foi convidado o arquiteto Frank Gehry (Canadá, 1929) conhecido pelas suas obras de formas exuberantes. O Museu foi inaugurado em 1997.

Ao final do dia, passámos pelo Estádio do Athletic de Bilbao, clube que comemora 125 anos de vida. Parabéns.

Ao final do dia, passámos pelo Estádio do Athletic de Bilbao, clube que comemora 125 anos de vida. Parabéns.
Antes do descanso merecido, ganhei coragem para um café, confirmando-se mais uma verdade absoluta no campeonato Portugal x Espanha: O café espanhol custa mais do dobro do português (1,60€) e não vale 10 cêntimos.
Amanhã há mais...

domingo, 30 de abril de 2023

Bilbao, abril - 2023 - Parte I

 

 
12 de abril, 6:30. Chegamos ao antigo aeroporto da Portela, atual Humberto Delgado. Enquanto aguardamos pela entrega do carro, apreciamos a correria de carros e pessoas. O ruído das rodas dos trolleys concorre com o dos aviões que chegam ou partem. Esta é a verdadeira "cidade que nunca dorme", uma cidade do mundo. No interior, para variar, encontramos mudanças. Como uma boa cidade que é, o aeroporto tem de estar sempre em obras, nem que seja para justificar os impostos que pagamos. Passamos a zona de controlo para embarque. Tudo em ordem, à excepção do meu bolso que chamou a atenção dos seguranças. Pediram para tirar o que lá tinha. 3 canetas. Riram-se e mandaram-me seguir. Tanta gente, tanto mundo. Sentados, olhamos para os viajantes mais próximos e começamos a imaginar de onde vêm, para onde vão. Come-se o snack que se traz de casa, pois os preços no aeroporto estão cada vez mais pornográficos. Na zona de restauração há dois locais de culto: o WC e a FNAC. Quanto ao WC dispensam-se detalhes. Já na FNAC, importa registar que as capas dos jornais estavam repletas de notícias sobre a gestão "criativa, irresponsável e insultuosa" da TAP. Julgo que foi a primeira vez que não comprei um único jornal, pois este assunto leva-nos a sofrer de vergonha alheia. Eis que abrem a "porta" do Voo TAP 1066-Bilbau. Lá em baixo, na pista, está a aeronave de seu nome Santarém, um bimotor de hélice.


Antes de entrarmos, assistimos a um episódio caricato: Um cidadão brasileiro a discutir com um funcionário da TAP. O viajante estava a embarcar para o voo com destino a Zurique, fazendo-se acompanhar de uma mala e um saco de plástico com quatro ou cinco garrafas de vinho. "Não pode levar isso". "Não posso porquê, se eu paguei?". "Excesso de carga". O Cidadão tira roupa da mala para arranjar espaço para as garrafas. Depois de vestir três casados e duas camisolas, só conseguiu arranjar lugar para duas garrafas. Depois de uma longa e acessa discussão, eis que dois viajantes se aproximam, falam com o cidadão brasileiro e com os três funcionários da TAP que ali estavam a acalmar o reclamante. No final, ofereceram-se para levar as duas garrafas, garantindo que depois as entregariam em Zurique. Todos aceitaram o tratado de paz. Estas duas almas caridosas deviam ser convidadas para negociar a paz entre a Rússia e a Ucrânia. 
Quando pensávamos que os momentos caricatos já tinham terminado, eis que entrámos no minúsculo "Santarém". Pior que a dimensão, só mesmo o estado de conservação dos bancos que em tempos terão sido confortáveis. O serviço da TAP vem-se degradando de voo para voo. Se é esta a bandeira que queremos, há que tratar da dita cuja, mas sem irem novamente aos bolsos dos portugueses. No meio da viagem, minutos antes da violenta e duradoura turbulência é-nos oferecido uma espécie de lanche cuja qualidade está quase ao nível do conforto dos bancos. Salvaram-se o copo de água e as bolachas, aquele lanche que ao fim de 5 dias internados num hospital, é saboreado como um manjar dos deuses. Ouve-se os motores do avião, como se fossemos na rua. Não conseguimos ouvir as "hospedeiras" da TAP que já estão baralhadas, pois já não sabem que "bandeira" queremos preservar, caso contrário não passavam o tempo a falar inglês num voo onde 90% dos tripulantes eram portugueses. A parte positiva deste voo, foi  a baixa altitude de todo o trajeto, permitindo-nos apreciar a paisagem portuguesa e espanhola. Em Portugal, os comboios nem vê-los, já em Espanha andava hiperativos. Aterrámos, por volta das 12h (Es). A proposta de transfer que nos tinham apresentado, rondava os 90€, para uma viagem que não demorou mais de 10 minutos de autocarro e que nos custou 9€ (três pessoas). Às 12h30 chegámos ao centro de Bilbao e somos recebidos pelo Poeta Ramón de Basterra (1888-1928).

  
Depois de instalados no Hotel, localizado junto ao estádio do Athletic de Bilbao, fizemos o primeiro reconhecimento. Os bares já estavam repletos, apesar do frio que se fazia sentir e da chuva que ia e voltava. Saímos de Portugal com um calor de Verão e Espanha recebe-nos com frio e chuva. Os bares e esplanadas estão preparados para este clima e os locais ainda mais. Não abdicam do convívio dos bares, sobretudo à tarde quando saem do trabalho. Dos mais novos, aos mais velhos, dos mais pobres, aos mais ricos, são todos bem vindos. A primeira "grande verdade" no campeonato de diferenças entre portugueses e espanhóis, está confirmada - os espanhóis gostam mais do convívio diário em espaço público. A segunda, também confirma-se: os espanhóis não fazem o menor esforço para compreender o português. 

Um dos aspectos que gostamos nas cidades, é a sua relação com o rio, sempre que este exista claro. Gostamos do "andar cá e lá", ao "sabor do vento" ou dos pontos referenciais que nos vão atraindo e ditando o percurso. O roteiro vai-se fazendo, sem compromissos. As pontes são locais de encontro e contemplação. No desenho abaixo vislumbra-se um dos pontos referenciais que vai orientar-nos durante toda a estadia. Trata-se da torre da Iberdrola, com 165 metros, construída entre 2007 e 2011, estando localizada junto ao famoso Museu Guggenheim Bilbao do ainda mais famoso arquitecto Frank Gehry.




quinta-feira, 27 de abril de 2023

Encontro 43 - Arruda dos Vinhos

 


O nosso encontro nº 43 vai ser na Arruda, dia 6 de Maio às 9:30! A entrada é livre, é só aparecer, aguardamos por vocês! 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Encontro 40 - Natal em Torres Vedras

Alguns registos do Encontro 40.

Enquanto os dias de chuva faziam uma pausa, otima altura para reencontrar amizades e rabiscar as ruas animadas de Torres Vedras. Foi possível desenhar e conversar com o Pai Natal, registar o comboio natalício e os presépios espalhados pela cidade, tudo ao som de musica e cânticos de natal. Ainda houve um desfile de motociclistas vestidos de Pai Natal mas passaram muito rápido para ficar no registo.

No fim, trocamos desenhos e a Ana Ramos adocicou-nos com bombons!

Para o ano há mais, Boas Festas!












quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Riba Amarela, um nome quase esquecido

 iba Amarela, um nome quase esquecido.

Cá por casa vai sendo constantemente relembrado pelos meus avós, sobretudo pelo avô Armando, natural da "Praia de Santa Cruz". A última vez que o ouvi a falar da Riba Amarela, foi a construir uma música com o seu bisneto, o meu filho.

"Adeus óh Penedo do Guincho que eras pegado à Riba Amarela.
Adeus óh Penedo do Guincho que eras pegado à Riba Amarela.
Mais à frente tens a Santa Cruz e lá em cima o Alto da Vela.
Mais à frente tens a Santa Cruz e lá em cima o Alto da Vela."

Um desenho que celebra o presente, e carrega em si o passado e o futuro.

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Encontro 39 - Salinas de Rio Maior

Registos do ultimo Encontro Oeste Sketchers, nas Salinas de Rio Maior.

Agradecimentos à Câmara Municipal de Rio Maior, à APRODER Santarém, à Fabrica da Alegria, Ana Alves e ao Francisco, pela visita guiada.

A Exposição "desenhos e aguarelas do sal" está patente no pavilhão de eventos ao fundo, próximo do baloiço e do repuxo.

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Obrigado a todos os participantes pela disponibilidade e partilha.

Enviem os desenhos digitalizados para oestesketchers@gmail.com