segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Calmaria riscada para que conste

Rabisco rapidíssimo do dia. Nem vento, nem ondas, nem gaivotas. Calmaria pouco habitual em Peniche.

ups! Enganei-me na data, o rabisco é de hoje, 28, e não 20. :)

terça-feira, 22 de agosto de 2017

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Inauguração da Exposição Oeste Sketchers

Estão todos convidados!
No próximo Sábado, dia 19, pelas 14h30, inauguração da exposição Oeste Sketchers, no Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro.

Os registos expostos traduzem um ambiente muito próprio, foram feitos durante a recriação histórica da Batalha do Vimeiro, debaixo de "fogo" militar ou ao sabor das tentações do mercado oitocentista.

O turismo militar possui um potencial gigantesco na região Oeste de Portugal, o evento revelou-se muito interessante de sentir e registar, acho que conseguimos juntar o útil ao agradável, divulgar um património histórico, parte da identidade da região e é com muito gosto que com o apoio do município da Lourinhã podemos expor os olhares de cada sketcher participante à população local e visitante.

A organização dos Oeste Sketchers, Ana Ramos, Pedro Alves e Bruno Vieira, agradece a todos os que aceitaram o desafio de registar este evento e que gentilmente cederam desenhos e diários gráficos para exposição.
Agradecimentos também ao município da Lourinhã e à Ana Bento, coordenadora do CIBV, por toda a dedicação ao evento e apoio nesta iniciativa.
Encontramo-nos lá!

Ordasqueira - Torres Vedras

Ordasqueira - Torres Vedras
 
Ontem foi dia de ir com a Tita ao veterinário.
Há muito que ando para desenhar este Lugar, logo aproveitei a oportunidade. Tenho de voltar. e continuar a descoberta do território rural do meu concelho.
 
 
 
 
 

montemor_4º encontro

os desenhos no caderno
 
Chegámos no dia. em Montemor não havia vagas nos hotéis, tivemos de ficar na Figueira da Foz, a apenas 13 Km. Jantámos na pastelaria Bijou, um restaurante com nome de pastelaria. Enquanto esperámos pela comida sai este desenho. As noites de verão na Figueira são bem vividas, muita gente na rua a caminhar e as esplanadas estão cheias.
 
 
dia 12, rumo a Montemor, mas isso já escrevi anteriormente. Ficou em falta os desenhos no caderno, que publico agora.
 
O desenho que se segue foi feito após o almoço, passando pelo quarteirão das artes, deparo-me com esta entrada do castelo. Tive de ser rápido, pois o calor começava a apertar.
 
Ao caminhar rumo à entrada principal, deparo-me com este enquadramento ao qual não resisti.
 
 
já dentro das muralhas e à sombra, faço este primeiro desenho da igreja de S. Martinho. Primeiro fiz no caderno e só depois na folha solta.
 
 
 

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Dia do Saloio antecipado

o dia do saloio é hoje, dia 15, mas foi vivido ontem

Saímos de casa com destino à Praia das Maçãs. Seguimos rumo a Mafra, fugindo das autoestradas e das  vias-rápidas. Queríamos mostrar à pequenada algumas das aldeias típicas da região saloia, explicar-lhes como viviam e qual o significado da palavra saloio, longe dos preconceitos e das barbaridades que lhes vão "ensinando".

Apesar de se encontrar na zona limite e de alguns iluminados tentarem "apagar esse facto histórico", Torres vedras também se encontra na zona saloia, assim como Alenquer, Amadora, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Loures, Mafra, Odivelas, Sintra e Sobral de Monte Agraço. A região saloia, era no fundo a região que alimentava Lisboa, desde os víveres, ao pão. Era sobretudo o pão, a principal fonte de rendimento desta região. Foi esta produção que marcou a paisagem rural, através da construção de azenhas e de moinhos, visíveis ainda hoje.

 Os homens dedicavam-se sobretudo ao campo (camponeses), já as mulheres trabalhavam de dia e noite, com a lida da casa, a cuidar dos filhos, a ajudar os maridos no campo e como se não bastasse, ainda lavavam a roupa das "senhoritas de Lisboa". 

Desses tempos, restam-nos os moinhos, a maioria em ruína e algumas casas típicas. Já me esquecia, o belo e saboroso pão saloio...  Muitas aldeias chegaram a ficar sem qualquer habitante, como a aldeia de Broas ou a Aldeia da Mata Pequena (Mafra). Esta última ganhou uma nova vida ao ser adquirida (quase na totalidade) por um jovem casal, tornando este espaço num aldeamento turístico, aberto ao público, mantendo o espírito de uma aldeia: rua pública, cães, gatos, galinhas, porco, patos..etc...

A paisagem é de postal e eu não resisti a fazer 2. Confesso que não é o tipo de desenho que aprecie, mas deu-me enorme prazer a fazer estes dois desenhos. Pelo tempo que demorei, pela companhia, pelas conversas que ouvi, pelo som dos animais, mas sobretudo pelo silêncio e pela paz que ali sentimos.




Dali seguimos para a Praia das Maçãs, deixando pelo meio Cheleiros.

Na Praia das Maçãs, o tempo estava nublado. Nada que nos assuste, ou não estivéssemos habituados a Santa Cruz.

Assim que o sol começa a mostrar o ar de sua graça, vou para a esplanada onde faço esta espécie de desenho.


15h Apanhámos o eléctrico até Sintra.

Já me tinha esquecido como o percurso é bonito. Na ida e na volta, para além da beleza da paisagem, o que mais me marcou foi a quantidade de casas abandonadas e em estado de ruína. Casas de veraneio, iguais a outras tantas que vão-se repetindo pela costa, mas que as árvores desta zona as tornam únicas.

Sintra estava como Lisboa e Porto, cheia de turistas. 
No eléctrico não deu para desenhar, mas em Sintra, apesar do cansaço ainda houve tempo para um rabisco rápido.






domingo, 13 de agosto de 2017

Santa Cruz, o Lugar Camaleão


Para além do ADN, herdei do meu avô a paixão pelos passeios matinais por Santa Cruz. Hoje o dia estava estupendo. Calor QB, maré vazia com as famosas "pocinhas" para a criançada. 



No Largo Jaime Batista da Costa, hoje havia mostra/prova de vinhos de Torres Vedras.


A esplanada do Mar-Lindo está repleta. Deixei o café para mais tarde, caminho para a esplanada para contemplar novamente a praia. Encontro aquele que nunca vai embora, o Antero de Quental a contemplar o mar. Lá está um franciú a tirar uma selfie com poeta, que na sua rectaguarda tem a secular Ermida de Santa Helena (séc. XVI). Muito havia para dizer, mas fico-me pelas lembranças de criança. Foi aqui que os meus pais casaram. Mais tarde era aqui que vinha à missa dominical com a minha avó e a minha bisavó, que faleceu há precisamente 20 anos. Há mais de 15 anos que não entrava. 1º a construção da nova igreja, depois esteve fechada para obras de melhoramento. Entrei, estava vazia, sentei-me. Percebi que quanto menos crente (nada crente), mais gosto do silêncio das igrejas.


Voltei à esplanada do Mar-Lindo, lá estava o meu lugar e aminha oportunidade de fazer mais um rabisco.

Santa Cruz, é mesmo o Lugar Camaleão: tão depressa está frio como está calor; está cheio ou está vazio; o sol brilha ou está nebulado... Mudam as cores, o tempo, os humores e os turistas, o que não muda é a carne e os ossos deste lugar encantado: a beleza natural e as pessoas que cá vivem.

sábado, 12 de agosto de 2017

4º Encontro Montemor Sketchers


Montemor-o-Velho
 
4º Encontro de Desenho
 
Saio da Figueira da Foz rumo a Montemor. Confesso que fui com receio, tendo em conta a cor do céu -negro do fumo provocado pelos incêndios. Mas fui. Há muito que estou para visitar o Jorge e a terra onde vive  e desenha. Esta vontade resulta da admiração que tenho pelo Jorge, pelo trabalho que desenvolve, em prol do desenho e da promoção do papel de palha de arroz. Admiro ainda a sua persistência, tanto na organização de encontros, como na prática diária de desenhar em cadernos.
 
Ao chegar a Montemor, fico maravilhado pela beleza do Lugar (apesar do fumo). A pacatez, a paisagem pitoresca e claro a vista sob o castelo. À minha espera estava o Jorge e a Elsa. Subimos rumo ao castelo. A escada rolante não funciona, raramente funciona. Era totalmente desnecessária. Para além da falta de integração paisagística,  quando funciona, permite que as pessoas cheguem, estacionem, subam, visitam o castelo, descem, entram no carro e vão embora. E a relação com as pessoas? Com os becos e travessas? com o comércio tradicional? Ou seja, com a alma do centro histórico?
 
Aos poucos começaram a chegar os restantes participantes, vindos de vários cantos do país: Porto, Aveiro, Coimbra...etc.
Começámos pela Igreja de S. Martinho, que está em obras. Eu procurei a sombra e comecei a aquecer a mão. Continuei com as folhas soltas e a brincar com a aguarela.
 
 
De seguida, junto-me ao Armando e ao João Tiago. Este muro conquistou-me.
Pelo portão sai uma senhora que nos pergunta:
 
 "São dos Monumentos?". "Não, somos apenas amantes do desenho". "Estão com sorte, se fossem, ia já ralhar convosco. Estão a ver esta miséria. A obra foi embargada. Andámos anos e anos a pedir que eles arranjassem a igreja e nada. Agora arranjámos uma senhora com dinheiro para financiar as obras, chegaram aqui e mandaram parar a obra. Dizem que precisamos de ter aqui um arqueólogo que custa 250€/dia. São doidos. Não arranjam nem deixam arranjar. AAAi que sorte que vocês têm, vinha mesmo com vontade de ralhar.....qualquer dia a senhora morre e nada de obras...." e lá foi a senhora novamente para o interior da igreja.
 
 
A hora de almoço aproxima-se, vamos caminhando até ao quarteirão das artes. Eis que me deparo com este enquadramento. Este desenho deu-me especial gozo a fazer, mas não vou ficar com ele. Vai regressar a Montemor, oferecido ao Centro de Artes do Papel, como forma de agradecimento pela hospitalidade. Foi este que o Jorge (mais conhecido pelo homem do papel), escolheu.  
 
 
 
Depois do desenho, dirigimo-nos ao Centro de Artes do Papel, onde está a decorrer um workshop de fabrico artesanal de papel, dirigido pelo Jorge, que foi o nosso anfitrião, recebendo-nos com um belo banquete.
 
A seguir ao almoço, fomos à Praça da República, onde se encontra o edifício Passos do Concelho. Sentámo-nos na esplanada e saiu um novo desenho.
 
Apesar de ninguém querer sair da esplanada, aos poucos fomos caminhando para o castelo. Mais uma subida, com muito calor. Conforme vamos subindo, vamos vendo as várias frentes de incêndio. As sirenes dos bombeiros não param de "gritar a pedir ajuda". Os aviões não param.
Quando chegamos, encontramos um cantinho com sombra. Decido experimentar o papel de palha de arroz. Muito bom para desenhar edifícios de pedra. Basta usar caneta preta. O papel faz o resto.
 
 
 
Este foi o meu último desenho, que tive de acabar em casa - Igreja de Santa Maria da Alcáçova. Acabou-se a tinta das canetas. Foi a sorte do Jorge (Antunes), que já andava a chamar-me a algum tempo. Fiquei impressionado com espaço interior das muralhas: cuidado, com arvores e relva para bons momentos de lazer.
Descemos pela estrada antiga de acesso ao Castelo, rumo à Cafetaria letra B, para a inauguração da exposição de desenhos do Jorge. Um espaço bastante interessante, com uma pequena galeria. Seguiu-se a habitual partilha.
 
 
Uma palavra de apreço pela hospitalidade dos Jorges, o Antunes e o "homem do papel".
 
Fiquei fã e de certeza que vou voltar.
 
Os desenhos feitos no caderno serão publicados em breve, para não vos cansar.
 

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Finalmente... Férias


O sol hoje espreitou, vamos aproveitar...
 
10h Azenhas do Mar. O tempo ainda está fresco, mas o sol começa a vencer. A praia está quase deserta. A piscina "natural" quase vazia. Já não me lembrava como a praia era pequena.
 
 
 
 
 
 
 





 
 
 
 
Depois do pessoal se instalar na praia, subo à descoberta. Aproveito que o sol ainda não incomoda muito. Preciso de uma água. Recordo-me de ter visto uma placa: A "Prancha" - é um bar de madeira, com meia dúzia de mesas na esplanada. Empregados simpáticos, boa sombra e boas vistas. Só se houve inglês, francês e espanhol.
Lá ao fundo vejo a Vivenda Violante (enorme e bem conservada). Eis que sai o 1º desenho
 
 
Ganho coragem e faço-me ao caminho. Perco-me pelo casario da encosta a sul, próximo da capela, que está enfeitada para a procissão que sai ainda hoje. Daqui tem-se uma vista privilegiada sob a praia e a arriba cheia de casas encavalitadas umas nas outras, como que a disputar o lugar mais próximo do precipício. A paisagem é pitoresca , mas já começa a ser descaracterizada com intervenções que não lembram ao diabo.  Desço e volto à esplanada da "Prancha". Preciso de café. Faço um novo desenho. Cai uma gota de café na folha, que abriu caminho ao disparate, como se vê no desenho.  
 
 
Azenhas do mar é conhecida pelas suas casas brancas, mas também é conhecida por ser a terra que o arq. Raul Lino (1879-1974),  escolheu para passar férias. Antes de chegarmos ao Lugar, à beira da estrada avistámos aquela que terá sido a sua casa de férias, que o próprio desenhou e construiu (1920). Casa Branca ou Casa do Marco. Com essa imagem na cabeça, subo a zona norte e faço o percurso pedonal rente à arriba. Lá em baixo o mar agitado. A paisagem é estupenda. Depois de passar por várias casas, começo a vislumbrar a casa de Raul Lino, que apesar de centenária (quase), mantém-se muito bem conservada. É considerada o "modelo" da casa popular.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A casa está habitada, no entanto o percurso pedonal passa mesmo em frente à porta. É impressionante a vista sob o mar e a proximidade ao precipício. Junto à casa e para atestar que a propriedade ia quase até ao limite da arriba, ainda encontramos um marco de divisão de extrema com as iniciais RL (Raúl Lino). Rapidamente ganhou outro uso - banco. Sentei-me a contemplar a harmonia entre casa, muros, vegetação e mar. as gaivotas passam mesmo ao meu lado. Lá em baixo o barulho do mar a bater nas rochas. Enquanto fiz o desenho, passaram vários turistas a tirar fotografias. Quem ali passa férias (penso que ainda é da família), não tem muita privacidade. É o preço da glória dos antepassados.
 
 
 
 
O Desenho foi feito em folha solta 220gr,  oferta da Winsor & Newton. No final, quando acabei, tinha uma família de ingleses atrás de mim, muito caladinhos. Dirigiram-se e perguntaram se estava à venda.. Eu pensei que fosse a casa.. disse-lhes que não, explicando a história da dita...Eles riram-se.. Eu pensei " o meu inglês é mão, mas não tanto"... Até que disseram - Queremos comprar o desenho... Aí fui eu que ri que nem um perdido... tenham juízo...